A criminalidade, a violência e as drogas alcançam números estratosféricos no Brasil, que, aliás, possui uma das maiores populações carcerárias do planeta. Parece que esse cenário piora a cada dia, pois a todo momento pessoas são presas pela polícia, que atua com grande expressividade na repressão, sem falar que muitas pessoas veem o encarceramento como a única medida para estancar a criminalidade. Mas será esse o foco e o único caminho para se alcançar a tão desejada paz social?
A resposta talvez seja buscar o olhar global pela prevenção e não tão somente pela repressão, evitando, assim, ou procurando evitar que o crime aconteça.
Nesse contexto, pode-se citar a Constituição de 1988, em seu artigo 144, que aponta a Polícia Militar como a protagonista nesse cenário preventivo.
Ressalte-se que a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), uma referência positiva para o país, sabe da importância de se atuar repressivamente, mas sobretudo preventivamente, pois desenvolve e estimula vários programas que buscam a capacitação de crianças, adolescentes e adultos.
Nesse sentido, pode-se citar: os Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEGs); Rede de Segurança Escolar; Rede de Vizinhos, e o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), dentre outros.
Destaque-se este último, que neste ano de 2018, completou 20 anos de atuação no Estado de Santa Catarina, formando mais de 1 milhão de crianças, que passaram por capacitação em sala de aula, sendo estimuladas a refletir sobre suas escolhas e atitudes.
Mas o Proerd não cessa por aí, e vai mais além, pois busca fortalecer a tríade FAMÍLIA – ESCOLA – POLÍCIA MILITAR, capacitando inclusive os pais no currículo Proerd Pais.
Entretanto, muitos questionam e criticam pela falta de números quando o assunto é prevenção. Sobram críticas, por exemplo, sobre os resultados do Proerd, dizendo que não são mensuráveis e cuja efetividade é falha diante da crescente violência e uso de drogas. Entretanto, para os incrédulos, deixa-se as seguintes perguntas: Como efetivamente medir que o cidadão que dirigia embriagado e foi abordado pela polícia iria colidir o carro? Como efetivamente medir que cada adolescente que recusou usar um cigarro de maconha foi devido aos ensinamentos do Proerd? Se não há números, deve-se parar então? E se nada fosse feito, como estaria o cenário hoje? O programa que não funciona ou é o meio que não é devidamente trabalhado pelas demais instituições e pelo poder público? Quantos mais estariam nas drogas se não fosse a forte atuação do Proerd, das fiscalizações de trânsito e de toda iniciativa que objetiva a prevenção?
Vale ressaltar a definição de Ética, dada pelo professor Clóvis de Barros:
“Ética é a busca pela melhor maneira de viver e conviver em sociedade”.
Percebe-se que a PMSC em seus vários programas e ações trilha por esse caminho, fortalecendo as pessoas para um olhar para o bem, contribuindo para que busquem alternativas e não se sintam atraídas para o mundo das drogas e da violência.
Entretanto, não há dúvidas que o crime, a violência e o obscuro caminho das drogas encontram seus adeptos, mas o olhar preventivo e da conscientização é estimulado desde a mais tenra idade pelos policiais militares em contato com a comunidade.
Assim, uma sociedade sem crimes, sem encarcerados, parece ser algo distante da nossa realidade ou de qualquer outra, independente se seja uma sociedade desenvolvida ou não. Portanto, as prisões continuarão existindo e aumentando até que a sociedade e todas as instituições se engajem nesse olhar e agir, pois se isso não ocorrer, a forte repressão sempre será a saída enfatizada por muitos e, mesmo que as instituições de segurança se esforcem, será insuficiente para a paz social, mesmo que as instituições policiais busquem a prevenção em ações e programas será insuficiente para a verdadeira mudança na sociedade.
A Polícia Militar de Santa Catarina está fazendo a sua parte, seja na repressão ou na prevenção, trazendo esperança e um novo brilho em cada amanhecer.
Texto: Luiz Wiltner, 1º sargento da Polícia Militar de Santa Catarina, atualmente trabalha na Seção de Comunicação Social do 14º Batalhão.
*as opiniões e ideias expressas no texto é de responsabilidade do autor.
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